O local escolhido para a intervenção foi a área entre a fonte da Praça da Liberdade e o ponto de ônibus localizado em frente ao CCBB. Tal espaço caracteriza-se por ser mais escuro do que o restante da praça a noite e geralmente apropriado por usuários de passagem, que fazem corridas e caminhadas pelo ambiente. Em relação à sonoridade, percebe-se uma mistura de sons advindas da rua, dos carros, das conversas, da fonte quando ligada, dos motores de cortadores de grama, etc. Em relação às irregularidades, estas não são suficientes para a apropriação. O local é suficiente largo para se passar três pessoas e, possui canteiros laterais limitando a área.
Primeiramente pensou-se em conectar o ponto de ônibus ao espaço da praça, de modo que os usuários do transporte público e passantes da rua pudessem interagir com o interior da praça sem ter que ir até ela. Por fim, decidiu-se trabalhar somente com a área de caminhada e corridas, de modo que os caminhantes fossem um ponto chave para a ativação dos inputs, transmitindo um clima diferenciado ao local, ressaltando a cor das flores do canteiro e modificando a percepção dos sons.
Na abertura do VAC (Verão Arte Contemporânea) a banda Berimbrown apresentou o show Lamparina, contando com a participação do rapper MV Bill, além da sambista e compositora Dona Ana Eliza e grandes potências da cena do Hip Hop local: Kainná Tawá, Glauber Calixto e Max Souza. Em uma mistura de funk, soul, hip-hop, tambores de Minas, rap e capoeira, o Sesc Palladium abriu espaço à uma apresentação artística advinda da periferia e, para além da música, frases de empoderamento negro, enaltecimento das culturas quilombolas, feminismo e questões sobre o capitalismo foram debatidas, mostrando e exaltando a voz das ruas.






                                         


Museus, edificações e igrejas no centro histórico de São Paulo, MASP, Memorial da América Latina e o centro comercial da cidade foram lugares visitados quando fui à São Paulo, no final de 2016. O espaço urbano, centro pulsante de ideias, pessoas, movimentos e expressões artísticas nos traz várias possibilidades de apropriações e usos do espaço. A multiplicidade está presente a todo o momento, em São Paulo nunca estamos sozinhos. A voz das ruas também está altamente presente por meio dos grafismos urbanos: pixações e grafites. Em relação a cidade, senti falta de lugares de respiro, parques, praças e áreas verdes não são tão frequentes, o que deixa a cidade com um tom cinza, do concreto.

























Com mediação de Érica Peçanha, o Prosas Periféricas contou com o escritor  Ferréz e o músico Emicida. A conversa girou em torno de questões voltadas para a periferia, associadas à pobreza material e à violência, ressaltando a luta de escritores e músicos negros, a diferença entre as produções literárias e periféricas para as não periféricas, e de que forma suas publicações são tidas pela sociedade. Além desses temas, o público questionou a voz das mulheres negras e a situação dos jovens periféricos, capitalismo e repressões sofridas pelos menos favorecidos sócio-economicamente.